Coluna "ATAQUE CERTO" - Um caminho difícil, por Dirceu Paulino

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Nunca foi fácil, e para a seleção brasileira de vôlei, não vai ser diferente em Londres. Esta semana tivemos o sorteio das chaves e, para variar, o Brasil irá pegar os adversários mais complicados. Teremos pela frente Rússia, Estados Unidos, Sérvia, Tunísia e Alemanha. Coloco as três primeiras como as pedreiras, e as duas restantes como obrigação. Não menosprezando Tunísia e Alemanha, mas o Brasil tem um voleibol muito mais forte. Claro que tudo pode acontecer, ainda mais no momento que estamos atravessando. Entramos há uns dois anos no período de renovação da seleção brasileira. Os jogadores da minha geração estão deixando a seleção, como Gustavo, Giba, André Heller, Anderson... todos jogadores que, se já não saíram, estão prestes a sair e dar lugar aos novos valores que estão chegando.

Nada mais justo, porque quando chegamos à seleção em 1998 também ocupamos o espaço da geração de ouro do Brasil. Todos nós tivemos o orgulho de substituir ícones como Tande, Giovani, Carlão, Paulão, Marcelo Negrão e tantos outros que na época eram heróis nacionais. Para quem não lembra esses jogadores foram os primeiros atletas brasileiros a ganhar uma medalha de ouro em esporte coletivo. Foram momentos maravilhosos , mas no esporte tudo se renova, e na Olimpíada de Londres, vamos escutar nomes como Thiago Alves , Bruninho, Éder, Sidão, Lucão e, se tudo continuar como está, também iremos ouvir falar de Ricardinho, um dos guerreiros da minha geração que ainda defende as cores do Brasil.

Eu acredito muito na seleção e sei do potencial de cada jogador, afinal fui companheiro de todos. Por isso, tenho muita fé e gostaria muito de ver a torcida apoiar a seleção. O momento é delicado, mas quanto a isso não há dúvidas: em nenhum lugar do mundo existe um povo que cresce tanto nas horas ruins. Vamos esperar pra ver. Falando um pouco do esporte da nossa cidade, gostaria de parabenizar o Clube Mogiano pela iniciativa de premiar os atletas que representaram o clube - e a cidade - nas competições em cada esporte. Essas atitudes só incentivam os atletas a continuar nessa luta diária que é a vida no esporte. Quem deveria seguir esse exemplo de apoio e valorização são nossos políticos, que teimam em tratar o esporte como algo sem importância. Já falei e vou repetir todo sábado se for necessário: o esporte em Mogi Mirim tem muito a dar a cidade, tanto financeiramente quanto em visibilidade. Isso sem falar na ajuda a saúde, segurança pública, trabalho...

Não quero só criticar, porque falar mal sem dar a saída para o problema é fácil. Não sou jornalista, não tenho partido político, nem sou ligado à iniciativa privada da cidade. Sou apenas um cidadão que acredita que Mogi Mirim tem muito a ganhar com o esporte. Em minha opinião, um bom começo seria transformar o departamento de esportes de Mogi Mirim em secretaria de esportes. Vocês sabiam que Mogi Guaçu e Itapira já deram esse passo. Por que Mogi Mirim não segue o exemplo, até porque nenhuma das duas cidades vizinhas tem o material humano que Mogi possui.

Como secretaria teríamos melhora na organização esportiva, o secretario de esportes teria mais autonomia para fazer o seu trabalho e, com isso, poderia captar mais recursos. Falta espaço na coluna para explicar como esse primeiro passo seria importante, mas fica a dica para os nossos políticos. Parem com as brigas partidárias as quais pude presenciar na segunda-feira, na Câmara, e pensem em ajudar a cidade a crescer independentemente de ser situação ou oposição. Como diz o ditado: muito ajuda quem não atrapalha.

Dirceu Paulino escreve esta coluna todos os sábados para o Jornal O Impacto, de Mogi Mirim, e ambos, gentilmente, cedem este espaço para o Torcida Esporte Clube.
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